WINDSOR Quarenta e oito. Aqueles bancos são do melhor. O banco de trás, a criança de mim aprisionada pelos bancos da frente. O cinto que não se põe. O caminho para a frente está no tecto, um pé direito de menos de metade, olhos fixos nas manchas e as conversas dos bancos da frente. Noventa e nove. O plástico de trás dos bancos da frente a sair, as grades dentadas que seguram as cabeças servem para brincar. As conversas e os silêncios a substituirem um rádio que desistiu de tocar. Um rapaz desafinado a encher os silêncios com um Neil Hannon a quem já não deixam gravar discos. O mundo dentro de vidros, três metros quadrados de sonhos e de um espaço que nos pertence, um E invertido que vemos enquanto o mundo lá fora se desfoca. E um banco da frente que liberta, um microfone na mão, tens cinco minutos para mostrares o que vales, depois lá para trás, mete a chupeta na boca e fala quando falarem contigo. Deita-te no banco, encolhe as pernas porque já não cabes e fecha os olhos. Um templo estacionado e as conversas. Um lugar para sermos nós. Enquanto vamos de um sítio para outro onde esperam que sejamos outras coisas.
RC
0 pessoas acharam bem comentar “”
Leave a Reply