ADEUS É impressionante. Nunca consigo perceber isto. Continua a acontecer, e nunca consigo perceber. Hoje, durante a tarde, estive a adiar isto. Tentei estudar. Li umas folhas, rascunhei uma cópia dos acetatos. A prometer que era hoje, às sete, que ia ver o último episódio.
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Já falei aqui da série. Chama-se THE SMOKING ROOM, escrita por Brian Dooley e com, principalmente, e sempre na mesma cadeira, Robert Webb. E é deliciosamente bem escrita. E é um exercício de voyerismo do mais primário. Os nossos olhos estão fechados dentro de uma sala para onde vão fumar os trabalhadores de uma empresa. E nunca percebo como é que isto acontece. Passei com eles só dezasseis meias horas. E sempre a adiar a última. A décima sétima.
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Vi-a agora. O talento das grandes comédias não é fazer-nos rir. Hoje em dia, mais do que nunca, é embaraçar-nos. Como aquele senhor ali (deixem-me ir aos meus papéis), Plessner, diz, nós rimo-nos quando não sabemos o que dizer. O corpo antecipa-se ao cérebro, reage, liberta-nos. E depois é isto, fico sempre neste estado depois de um último episódio. Custa dizer-lhes adeus. Dezassete horas.
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E depois há Robert Webb, um actor daqueles de fazer
freeze frame e aprender. Vejam o último episódio. Peçam-me. Vejam o que se passa. E depois digam-me alguma coisa.
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RC
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