ORIANA BALASZ E o festival decidiu homenagear um realizador. Jess Franco, realizador espanhol de locomoção já muito difícil, foi o escolhido. Quando o vi, a cerca de um metro de mim, pensei, Olha que senhor de idade tão fofo, que já quase nem consegue andar, sim senhor, e ainda a realizar filmes, isto é que é, e pensava isto porque a segunda parte da noite era a anteestreia, mundial atenção!, do seu novo filme,
Snakewoman. E tal, sentamo-nos todos, o senhor vai lá à frente dizer coisas e receber palmas, dão-lhe uma jarra e ele senta-se. Começa o filme. Suspiro. Ok, cá vai.
Snakewoman é, provavelmente, o filme mais Windows Movie Maker que eu já vi na vida. Um som completamente estridente, uma banda sonora de sintetizador, o diálogo notoriamente gravado em estúdio meses depois das gravações, e pouco mais. História?, hmmm..., pois. Sinto que é melhor transcrever uma secção do diálogo, em que uma personagem, a própria Snakewoman, diz a outra senhora o seguinte, 'Gostas do meu cu? Eu gosto de cus. O cu é a globalização do sexo. Homens e mulheres estão irmanados pelo cu. Todos nós podemos apreciar um bom cu antes de sabermos se é de um homem ou de uma mulher'.
Snakewoman é, em todos os aspectos, uma fita de porno lésbico do mais porcalhão. Recordo com saudade uma cena em que vemos, antes, um grande plano de Snakewoman com a boca aberta, dentes de vampiro, e depois outro grande plano dessa boca a atacar, com alegria, uma vulva. O fofo senhor de idade escreveu o filme. E ele próprio saiu antes do fim.
RC
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