CARTA ABERTA A PEDRO RIBEIRO Escrevo-te outra vez como quem paga para desabafar.
Parabéns. Quando te leio a escrever sobre rádio sinto, obviamente, uma paixão que não tem fim. E penso na minha relação com a rádio.
Tarde. Fevereiro de dois mil e três e fala-se muito de vocês. Acho que o livro do Markl tinha saído no Natal anterior. E é numa manhã de fevereiro, já numa frequência nova, que vos encontro.
Não costumava ouvir rádio antes. Mas passei, de forma obsessiva, a acordar às sete para te ouvir a ligar o microfone. De repente, a rádio fazia sentido. Havia pessoas dentro das cabines.
Um ano e uns meses depois, julho, o Markl faz anos. Nesse dia, decido começar eu também. Luto contra o computador durante uns dias e cinco dias depois, vinte e seis de julho de dois mil e quatro, o primeiro dia. Liguei um microfone ao computador e comecei a falar. Passei música que não ouvia em mais lado nenhum (por esta altura a Best passava música que tinha sido nova em fevereiro de dois mil e três). Disse o que queria para quem me queria ouvir.
Já lá vai um ano e meio.
Muitas noites sem ninguém. E quando há alguém, de repente, mudo. Começo a fazer frases mesmo. E continuo ali, todas as noites.
Hoje, há dias em que penso que vivia bem a fazer rádio. Um certo tipo de rádio. Aquela que mostra coisas às pessoas, aquela que não é atropelada por jingles, aquela em que há tempo para se sentir que estamos a pensar no que dizemos.
Muitos parabéns. Não consigo pensar em ninguém que ame mais a rádio do que tu. Vais saber o que fazer. Não tenho dúvidas.
RC
[O Pedro vai ser o director de programas da Comercial a partir de dia 14.]
0 pessoas acharam bem comentar “”
Leave a Reply