CHRIS ADDISON Faltam vinte e dois dias para eu ir a Londres. Londres é uma espécie de Natal e eu uma espécie de puto que acorda aos sábados de manhã para ver todos os anos sempre os mesmos anúncios do Forte da Playmobil ou daquele carrinho para bonecos que dá para dois
- Um e dois, menino e menina, dois de uma vez
e por isso já estou a contar os dias para o Natal. Faltam vinte e dois dias para eu ir. O mais deprimente é que faltam vinte e cinco para eu voltar. Snif. Vou lá para respirar um bocadinho de civilização, há quem lhe chame smog, e vou principalmente, para me sentar em cadeiras. Uma das cadeiras vai estar virada para este puto.
Chama-se Chris Addison e, por enquanto, está ali em cima rodeado por esta nublina amarela. Para quem não conhece, Chris Addison é um dos melhores
stand-upers, que costuma dar um salto ao agosto de Edinburgh todos os anos com mais um espectáculo, sempre escolhendo temas complicados como a evolução do Homem, as civilizações e, no deste ano,
Atomicity, a ciência e a tabela periódica. Gosto muito de uma frase que ele diz,
- Um dia perguntei ao Bill Bailey [outro
stand-uper] como é que ele se safava com temas tão complicados, porque ele falava de noções de Brecht em palco, e ele disse-me Se eu sei alguma coisa sobre isto, porque é que eles não hão-de saber? É uma falta de respeito tratar o público como se fosse mais burro do que nós,
e quem me lê e quem me ouve sabe o que eu penso sobre humor. É, simplesmente, a actividade mais cerebral de todas. E ninguém aqui é burrinho, pois não?
Mais um para a minha lista Um-Dia-Eu-Hei-De-Ser-Assim. Vou para lá como para uma aula.
RC
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